Guia de Eleições para Repórteres Investigativos: Introdução

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Índice | Capítulo 1 | Capítulo 2 | Capítulo 3 | Capítulo 4

investigando eleições

Ilustração: Marcelle Louw para GIJN

As eleições em todo o mundo enfrentam ameaças cada vez mais comuns, incluindo campanhas de desinformação, interferência estrangeira, supressão de eleitores, autoritarismo crescente, corrupção em campanhas, privação de direitos de minorias, violência e intimidação.

Enquanto isso, o estado da democracia em todo o mundo está em seu ponto mais baixo neste século. À medida que ‘autocratas eleitos’ consolidam seu poder por meio de alianças corruptas com oligarcas e outros governantes autoritários, a desinformação é priorizada por algoritmos de mídia social e governos historicamente democráticos usam a COVID-19 e medos xenófobos como pretextos para suprimir as liberdades civis e a imprensa. Para completar, em fevereiro de 2022, uma grande democracia do Leste Europeu – a Ucrânia – foi descaradamente atacada e invadida pela Rússia, um regime autocrático.

A cobertura política tradicional e a abordagem de corrida de cavalos, já excessivamente usada, são totalmente inadequadas para expor e medir ameaças eleitorais, ou para rastrear os autores por trás delas. Em vez disso, a mídia independente e os jornalistas investigativos precisam cavar além da superfície de eleições cada vez mais precárias, ao mesmo tempo em que protegem suas informações, a si mesmos e a própria liberdade de expressão de ataques multifacetados e com interesses antidemocráticos. Para fazer isso, eles exigem coragem, planejamento, apoio colaborativo, fontes corajosas e ferramentas novas e inovadoras para lidar com essas ameaças.

Eleições nacionais importantes em 2022 incluem as da Hungria, França, Sérvia, Colômbia, Filipinas, Índia, Quênia, Brasil e Estados Unidos.

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Imagem: Wikipedia (Creative Commons)

Seguindo o que muitos estudiosos chamaram de “terceira onda de democratização” nas décadas de 1970 e 1980, os pesquisadores agora estão alertando para uma “terceira onda de autocratização”, na qual líderes autoritários aprendem táticas uns com os outros para corroer instituições democráticas, promulgar leis repressivas, terceirizar a violência e a intimidação e controlar ou poluir o cenário da informação. Esses mesmos autoritários também podem criar situações injustas para a oposição. Por exemplo, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán – cujo partido, o Fidesz, conquistou a maioria parlamentar em 2010 – reescreveu radicalmente a constituição de seu país, dando a ele e seu partido um caminho fácil para fraudar futuras eleições em seu favor. Mas pesquisas mostram que mesmo em países onde autoritários obtêm vitórias eleitorais estreitas – como na Polônia – as instituições democráticas podem ser gradualmente corroídas, passo a passo, de uma maneira que gera resultados igualmente drásticos. Jornalistas investigativos podem denunciar esses abusos.

A Unidade de Inteligência da The Economist descobriu em 2020 que 116 das 167 alegadas democracias no mundo tiveram piora em seus índices democráticos e concluiu que apenas um país – Taiwan – havia feito grandes avanços positivos. Mesmo a única tendência eleitoral positiva e bem difundida encontrada pelos pesquisadores – participação eleitoral notavelmente mais forte em vários países durante os últimos dois anos – teve algumas implicações assustadoras. Como observou a ONG Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral (Internacional IDEA), essas mesmas nações também apresentavam a polarização política mais tóxica.

O que você encontrará neste guia

Embora as regras e condições eleitorais sejam únicas em cada país, este guia da GIJN foi desenvolvido para oferecer uma ampla gama de ferramentas, técnicas e recursos – além das fontes locais que você já conhece – para ajudar os repórteres investigativos a se aprofundarem em quase todas as eleições. Por exemplo, existem técnicas online surpreendentemente simples para identificar e conectar pessoas por trás de sites de campanhas de medo, e agora existem ferramentas de código aberto que podem capturar todas as postagens de mídia social de eventos eleitorais violentos, pesquisar anúncios políticos no Facebook, rastrear conversas de áudio da polícia, explorar canais de mídia social extremistas e antidemocráticos, rastrear financiamento ilícito de campanhas; e filtrar automaticamente montanhas de dados.

Nesta introdução apresentamos os capítulos que serão publicados em partes nas próximas semanas; trazemos algumas estratégias gerais de investigação de eleições e destacamos um exemplo de metodologia para furos eleitorais.

Este guia incorpora os seguintes capítulos:

Capítulo 1: Novas Ferramentas de Investigação Eleitoral

Perguntamos aos principais jornalistas e especialistas em eleições de todo o mundo as melhores novas ferramentas e técnicas para repórteres que investigam eleições em 2022 e além. Neste capítulo, faremos uma exploração aprofundada de nossa ferramenta em destaque – uma ferramenta investigativa incrível e gratuita para rastrear conversas eleitorais on-line e desinformação com seus próprios gráficos. Também apresentaremos outra ferramenta incrivelmente simples para identificar indivíduos por trás de sites relacionados a eleições, que não requer habilidades digitais mais avançadas do que o comando “Control+F” de pesquisa por palavras-chave .

Capítulo 2: Preparação para as eleições

Neste capítulo, listamos ferramentas e recursos para entender as regras das eleições e como manter você, suas fontes e seus dados seguros, enquanto encontra pistas e fontes. Também listamos tendências eleitorais para investigar, incluindo o cada vez mais popular “manual dos autocratas eleitos”.

Capítulo 3: Investigando Candidatos

É importante que os repórteres assumam que não sabem nada sobre os políticos que concorrem a cargos nacionais. Aqui, compartilhamos ferramentas para descobrir históricos online de candidatos, ativos ocultos e contatos de pessoas que realmente os conhecem. Também compartilharemos uma metodologia para a realização de diligência prévia nos antecedentes dos candidatos, usando um estudo de caso brasileiro revelador.

Capítulo 4: Investigando mensagens políticas e desinformação

Onde as conversas eleitorais influentes estão realmente acontecendo? Quem são os doadores de anúncios políticos e os desinformadores, e como eles podem ser identificados? Neste capítulo, compartilharemos métodos passo a passo para explorar plataformas como Telegram e Twitter, onde os cidadãos discutem tudo, desde questões políticas importantes até conspirações bizarras e tramas para derrubar eleições de forma violenta.

Estratégias gerais de investigação de eleições 

1. Encontre dicas e bancos de dados locais por meio de monitores de cidadãos.

Especialistas e redações membros da GIJN que investigaram eleições dizem que, embora bancos de dados e ferramentas eficazes sejam essenciais, a maioria das investigações importantes começa com fontes humanas. Estas incluem denunciantes, policiais e agentes da sociedade civil, gestores eleitorais, funcionários de campanha de baixo escalão – e, mais importante, cidadãos comuns que se preocupam com a democracia.

Pat Merloe, diretor de programas eleitorais do National Democratic Institute (NDI), financiado pelo governo dos EUA, diz que uma grande quantidade de informações de centenas de grupos de monitoramento eleitoral apartidários de todo o mundo está disponível para jornalistas. O banco de dados por país do NDI inclui 251 organizações avaliadas em 89 países. Ele diz que grupos confiáveis ​​são um recurso subutilizado para a mídia independente e que eles também podem direcionar os repórteres para as regras atualizadas das eleições locais e conjuntos de dados necessários para avaliar a conformidade legal por parte de campanhas e apoiadores. Como exemplos, Merloe citou o Grupo de Monitoramento de Igrejas Cristãs (CCMG) da Zâmbia, que enviou 1.108 observadores para as eleições presidenciais do país em 2021, bem como a The Young Lawyers Alliance e a ISFED (Sociedade Internacional para Eleições Justas), na Geórgia.

“Alguns podem estar observando a violência eleitoral; alguns podem estar observando a desinformação; todos estariam analisando questões sobre a integridade das listas de eleitores, os locais de votação, as 10 coisas a serem observadas no dia da eleição – essas são as pessoas que eu procuraria”, diz Merloe.

2. Relate como se seu país fosse uma verdadeira democracia – mesmo que não seja.

Uma estratégia geral importante para cobrir eleições em países já dominados por regimes autoritários é, sempre que possível, relatar como se o país fosse uma democracia em funcionamento. Em outras palavras, busque até mesmo aquelas histórias de corrupção de campanha que provavelmente não resultarão em prisões, demissões ou mudanças de votação, porque essa abordagem ajuda a evitar a autocensura e mantém altas as expectativas dos eleitores quanto à ética pública, como apontou Lina Attalah, editora-chefe do site egípcio Mada Masr.

3. Colete evidências de fraude eleitoral por meio de crowdsourcing.

Se a conversa eleitoral do seu país é dominada por plataformas de mensagens não públicas como o WhatsApp – especialmente na África Austral ou na América Latina – os especialistas recomendam que as redações publiquem um número do WhatsApp, por meio do aplicativo Google Voice, como linha de denúncia para receber informações. Em seguida, use esse recurso para atrair o público e relatar quaisquer alegações falsas relacionadas às eleições, truques sujos de registro de eleitores ou intimidação que encontrarem. Além disso, os especialistas recomendam que redações rivais colaborem e usem o mesmo número de linha de denúncia, trabalhando juntos para revelar má conduta antidemocrática e rastreá-la até a fonte.

Essa técnica também é importante para democracias estabelecidas, especialmente para investigar robocalls (ligações realizadas por robôs). Rastrear os responsáveis ​​por ligações que fazem falsas ameaças de escrutínio fiscal adicional para os eleitores, ou aconselham as minorias a votar no dia seguinte à eleição, surpreendentemente emergiu como um dos problemas técnicos mais difíceis enfrentados pelos repórteres. No entanto, os especialistas concordam que os dados de crowdsourcing, das pessoas que realizam essas chamadas, são o melhor lugar para começar.

4. Tente pesquisas booleanas simples no Google e repita.

Truques avançados de pesquisa booleana e “Google hacking” são poderosos para restringir as pesquisas on-line aos dados que você precisa. No entanto, uma conclusão impressionante das entrevistas da GIJN com especialistas para este guia foi o quão básicas, rápidas e de tentativa e erro suas pesquisas digitais tendem a ser. Na verdade, habilidades avançadas de inteligência de código aberto raramente são necessárias. Por exemplo, observamos Nancy Watzman — jornalista investigativa e consultora do projeto Cybersecurity for Democracy da Universidade de Nova York — fazer pesquisas no Google por casos de intimidação de eleitores e, na maioria das vezes, ela simplesmente usava palavras-chave alternadas e cuidadosamente pensadas junto com os termos básicos AND e OR na mesma barra de pesquisa do Google que todos nós usamos.

  • Aqui está um exemplo de pesquisas simples no Google do bloco de anotações digital de Watzman. Após o tumulto de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, nos Estados Unidos, ela usou uma série de termos emparelhados para verificar ameaças de violência à posse do presidente Joe Biden em 20 de janeiro: “patriota” AND (“marcha” OR “comício” OR “ 20 de janeiro” OR “janeiro 20” OR “eleição fraudulenta” OR “ashli babbit” OR “capital” OR “capitólio”) “inauguração” AND (“marcha” OR “comício” OR “fraude” “).

O próprio Google, diz Watzman, é imensamente poderoso para investigar eleições – se pensarmos na maneira como o mecanismo de busca e as pessoas que estamos investigando tendem a pensar e continuarmos tentando.

5. Defina as expectativas dos eleitores.

O papel dos repórteres investigativos não deve envolver apenas responsabilidade e irregularidades nas eleições, mas também um jornalismo de serviço público eficaz que enfatize a verdade dos fatos relatados e a legitimidade das eleições. Isso inclui visualizações – com excelentes ferramentas de código aberto como o Flourish – para combater falsas alegações de fraude, promover a colaboração entre redações e definir as expectativas dos eleitores para atrasos e erros comuns nas contagens eleitorais. Os especialistas também recomendam histórias com explicações claras de “por que fizemos isso” para países politicamente polarizados. Lynn Walsh, diretora assistente da Trusting News, sugere que os repórteres incorporem caixas de “porque/como fizemos isso” com destaque no corpo das histórias eleitorais investigativas e que considerem também vídeos em primeira pessoa com explicações sinceras do repórter.

Estudo de Caso RISE Moldova: Uma Metodologia para Furos Eleitorais

Bancos de dados globais e locais confiáveis ​​são excelentes recursos para desencadear novas perguntas, encontrar conexões e verificar fatos. Compartilharemos vários conjuntos de dados úteis nos próximos capítulos deste guia.

No entanto, Vladimir Thorik, editor de língua russa do veículo investigativo RISE Moldova – membro da GIJN e afiliada do Leste Europeu do Projeto de Jornalismo sobre Corrupção e Crime Organizado (OCCRP) – enfatiza que a maioria dos furos importantes sobre má conduta eleitoral começa com fontes humanas ou vazamentos, e termina com uma combinação de buscas aprofundadas em banco de dados, pesquisas em redes sociais e ferramentas de código aberto.

Em 2020, Thorik e sua equipe da investigação “Kremlinovici” seguiram exatamente esse caminho. Tudo começou, diz ele, com um vazamento de uma fonte anônima que respeitava as investigações eleitorais aprofundadas da RISE Moldova. Esse vazamento inicial foi seguido por entrevistas com fontes cultivadas e verificadas por meio de um banco de dados conhecido como Arquivos de Chernov, bem como reportagens colaborativas com o Russian Dossier Center.

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Imagem: Screenshot (RISE Moldova)

Graças a este processo abrangente, a RISE Moldova expôs ligações estreitas e coordenação entre a campanha de reeleição do então presidente da Moldávia e os serviços de inteligência russos. Além disso, documentou violações das leis eleitorais, encontrou vários vínculos comerciais entre a família do presidente e empresas russas e identificou oito visitantes misteriosos que estiveram nas sedes da presidência e do partido no poder, identificados como “conselheiros de tecnologia eleitoral”, mas que foram enviados do Kremlin. RISE Moldova mostrou até como alguns discursos nacionais e slogans de campanha foram preparados em uma unidade secreta russa de influência estrangeira.

A série de Thorik representa um estudo de caso útil a ser seguido para furos eleitorais. Inclui dicas como:

  • Desenvolva fontes humanas em torno de campanhas, organizações da sociedade civil e de aplicação da lei.
  • Investigue as conexões financeiras e políticas dos candidatos, usando mídias sociais e bancos de dados como OpenCorporates e Aleph. O RISE Moldova usou o banco de dados dos Arquivos de Chernov, vazado de fontes russas.
  • Identifique ameaças eleitorais – como interferência russa, neste caso – sinalizadas por suas fontes e procure ativamente por sinais de ataques antidemocráticos.
  • Atraia vazamentos de denunciantes com reportagens políticas corajosas e consistentes e dê mais confiança aos informantes usando canais criptografados como Protonmail para documentos e Signal para comunicações.
  • Empregue ferramentas de pesquisa de mídia social para descobrir conversas políticas, desinformação e possíveis impactos desencadeados pelas ações que você está investigando.
  • Colabore com redações e organizações sem fins lucrativos que tenham fontes melhores ou uma compreensão mais profunda dos influenciadores preocupantes que você descobrir. A RISE Moldova colaborou com o Russian Dossier Center para investigar o departamento do Kremlin responsável por influenciar as eleições estrangeiras.
  • Eduque-se sobre as regras eleitorais – leis da Moldávia e a Comissão Eleitoral Central, neste caso – e verifique possíveis violações das regras.
  • Vá às ruas para realizar entrevistas pessoalmente e observe quaisquer possíveis fontes internas próximas às campanhas em comícios e eventos públicos – incluindo motoristas, cozinheiros e fotógrafos de campanha. Tire fotos de rostos desconhecidos interagindo com a equipe da campanha para análise posterior.
  • Use ferramentas de código aberto para identificar e rastrear os protagonistas. A equipe de Thorik usou ferramentas como PimEyes e Findclone para identificar “consultores eleitorais” externos que suas fontes não reconheceram.
  • Use especialistas e análise de dados para demonstrar como essa má conduta pode ter alterado a eleição, ou como táticas semelhantes distorceram eleições anteriores em outros países.

“Para uma grande revelação em uma eleição, você precisa de informações primárias que não podem ser encontradas em nenhum banco de dados, o que significa fontes humanas bem posicionadas ou um vazamento”, explica Thorik. “Mas você precisa desses bancos de dados para verificar e se aprofundar mais, e ferramentas para se concentrar em indivíduos”. Por exemplo, a dica inicial que Thorik recebeu revelou o nome de usuário online “Kremlinovici” que o então presidente da Moldávia usava para comunicações estratégicas, o que então orientou buscas online direcionadas da equipe da RISE Moldova.

Mas como os materiais vazados devem chegar às mãos dos repórteres? “Receber pessoalmente as informações de vazamentos é uma boa alternativa porque elimina um rastro digital”, aconselha Thorik. “Mas eu recomendo não receber vazamentos pessoalmente, mas sim por meio de um intermediário, pois o contato direto pode colocar a fonte em risco.”

Além de revelar uma alarmante interferência estrangeira em nome de um candidato pró-Rússia, a investigação de Thorik também provou que as leis da Moldávia foram violadas porque consultores externos não foram registrados na Comissão Eleitoral Central. Ele também mostrou como as táticas de campanha do então presidente mudaram drasticamente após esse aconselhamento russo.

Nota: Se você conhece uma nova ferramenta ou banco de dados que pode ajudar os repórteres a investigarem as eleições, compartilhe conosco em hello@gijn.org. Esta é a seção introdutória do guia da GIJN para investigar eleições. O Capítulo 1, o Capítulo 2, o Capítulo 3 e o Capítulo 4 também foram publicados.

Recursos adicionais 

Foco nos riscos para a democracia: lições do exterior para a cobertura eleitoral dos EUA

Recursos essenciais para a eleição dos EUA: um guia de campo para jornalistas na linha de frente

Como especialistas em código aberto identificaram os invasores do Capitólio dos EUA


Rowan-Philp-140x140Rowan Philp é repórter da GIJN. Rowan foi repórter-chefe do Sunday Times na África do Sul. Como correspondente estrangeiro, ele relatou sobre política, corrupção e conflitos em mais de duas dezenas de países ao redor do mundo.

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